Há muito tempo existe uma preocupação sobre a associação entre o câncer de mama e implantes mamários. Esta preocupação tem servido como estímulo para muitos estudos. As mais recentes revisões da literatura médica sobre o tema demonstram que:

(1) pacientes com implantes mamários tem a mesma chance para o desenvolvimento de câncer de mama do que aquelas  sem implantes. Na verdade, muitos desses estudos indentificaram uma redução do risco nas pacientes que colocaram implantes.

(2) A detecção precoce do câncer oculto é possível em pacientes com implantes mamários.

(3) A colocação submuscular do implante permite uma maior visualização mamográfica.

(4) Visualizações Eklund (técnicas de deslocamento) devem ser utilizados na obtenção de mamografias em pacientes com implantes mamários e devem ser interpretadas por radiologistas experientes.

(5) As recomendações atuais para o rastreamento do cancer (autoexame, ultrassom, mamografia e ressonância magnética) são as mesmas para os pacientes com ou sem implantes.

O histórico familiar para câncer de mama é um aspecto muito relevante no planejamento dessa cirurgia pois esse tipo de câncer é a causa de morte mais comum em mulheres entre 40 e 69 anos no Brasil. No entanto, o fator genético como causa do câncer de mama ainda não está completamente esclarecido. Uma mutação genética (BRCA1 e BRCA2) está associada a uma maior ocorrência de câncer de mama familiar (aproximadamente 10% das mulheres com diagnóstico de câncer de mama apresentam história familiar mas uma minoria apresenta essa mutação). Famílias com múltiplos casos e em idade precoce são as que tem mais chance dessa mutação. 

Em resumo: você poderá fazer essa cirurgia com a segurança de os exames hoje disponíveis para o rastreamento do câncer poderão identificar, sem interferência ou atrasos, lesões neoplásicas em estágio inicial e com o mesmo nível de confiança comparando com pacientes sem implantes mamários.